Acorda amor

Tem horas que os olhos percorrem o entorno tentando encontrar algum significado palpável. Não há. O limite alcançável é perceber disforme, imprecisa, mas perceber, em parte, a imensidão daquilo que se tem cultivado. É inegável que a nova vida à qual estou inteiramente entregue me fez reviver a prazerosa sensação de plenitude. A complexidade dos caminhos que se encontram e permanecem na atmosfera de conhecimento inicial despertou-me o desejo de ser, apenas ser. Cada infatigável momento vivido naquela companhia é exposto, externado na espontaneidade humana que mais me comove, quando sincera: o sorrir. A pureza do 'eu' que carrego junto às outras mais formas de ser que me constroem como menina-mulher que sou, remete-me à beleza primeira, do carinho incondicional. Literalmente, o carinho dado, doado, sem condição, sem artimanhas, desprovido de qualquer malícia. Àquela bondade e à pura inocência que se deixaram transparecer pelas janelas da alma vou de peito aberto, pronta para dar, disposta simplesmente a ser, e nada mais. Enquanto sou, permito-me viver o querer fazer bem. Quanto a isso, tenho sim uma determinação incisiva, uma quase necessidade de provocar a felicidade daquele que me dominou por completo no momento em que amou e me despertou, do sono profundo, o querer e aprender a amar.

Comentários

JPinhata disse…
Faço, na íntegra, das suas as minha palavras...