Os versos de Maria...

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Gamia

dezembro 05, 2014

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O ser mata o ser

Que por amor mal sabe que é

E em desamor, renega-se.

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A segunda lei

Os corpos se aqueciam no vácuo dos entornos cerrados. Troca energética. Quanto mais quente, mais se aproximavam do êxtase. Estariam as estruturas finalmente se modificando? Ninguém impediria; a reação de um na presença do outro havia sido espontânea. Liberavam-se das amarras, ligações do passado, em busca do novo, do caos. Completa desordem, divinamente ordenada.

A gosto

Às vezes a gente acha que dá conta da imensidão dos sentimentos e da infinitude das paixões que vêm e vão, desalinhadas. A gente acredita ser possível viver o todo de uma vez, acredita que cada ser que nos compõe é independente, auto suficiente, capaz de seguir e arcar com as consequências de todos os seus instintos mais gentios. Ludibriado, vê-se o eu maior a si mesmo como pleno em sua capacidade de amar e ser amado. Pensa ser hábil na leveza de ser, ver e viver essa e outras dimensões passionais como gato, que sempre cai em pé. Olha para a inconsistência dos próprios atos e culpa a inconsciência madrigal, quando, na verdade, à sombra do consciente é que se elevam, profundas, as emoções mais irracionais do eu. Ilusórias, as certezas se perdem. Amores discretos, amores dispersos, amores perdidos. Ascende no horizonte um apelo por clareza, cria-se uma ode à percepção intuitiva, um ritual de agradecimento à sensatez. No fundo, são tentativas sutis de se desprender da sombra em direção

Ser

De tanto ouvir, aprendeu. E depois de uma vida toda aprendida, em epifania estagnou quando foi o que é. Titubeou ao perceber-se. Chorou ao descobrir-se. E enfim entendeu que ser é a plenitude da (in)consciência.

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