Acendeu a luz. Sua cabeça girava. Caminhou até a penteadeira e tentou fixar o olhar no espelho. Ainda não eram seis horas da manhã. Naquele dia, acordara mais cedo para se arrumar para a escola. A pele alva destoava das madeixas negras, molhadas do banho, caindo-lhe sobre o robe vermelho.
Enquanto secava o cabelo, a chapinha aquecia na tomada.
- Preciso dar um jeito nisso. - resmungou, ao reparar nas profundas oheiras de ressaca.
Guardou o secador e a chapinha na gaveta onde também estavam seus caríssimos estojos de maquiagem importada. Passou a base, que a deixou ainda mais pálida. Pelo menos, conseguiria disfarçar as olheiras.
Antes de se vestir, pegou a garrafa vazia, escondida embaixo da cama. Tinha que sumir logo com aquilo.
A noite havia sido longa. Na ausência dele, ela não tinha com quem compartilhar aqueles momentos. Haviam discutido na tarde anterior. Apenas a idéia de ter alguém dependendo dela já lhe entediava.
Jogou o robe sobre a cama e vestiu um vestido decotado, um salto nos pés. Seu corpo era realmente invejável.
Arrumou a bolsa e nela guardou a garrafa bem fechada.
- Tchau mãe, tchau pai! Hoje eu não volto para o almoço.
- Tchau querida, boa aula. Você parece pálida. Tá tudo bem?
- Passei mal durante a noite. Deve ter sido o molho do camarão do jantar. Tô atrasada! Até mais tarde! - saiu, batendo a porta. Sua amiga a esperava na portaria do condomínio para irem juntas.
Antes de sair do hall do elevador, procurou ver se havia alguém por ali. Não. Sozinha, entrou nas escadas de emergência e livrou-se da garrafa. Suspirou aliviada.
- Anda! Que diabos você tava fazendo até agora? E que cara é essa?!
- Fica quieta. Passei mal à noite. Devo ter comido alguma coisa estragada.
- Sei, sei! Essa sua cara de ressaca não engana a ninguém! - riu a amiga.
- Ressaca?! - debochou.
Revirou os olhos. Não queria que sua imagem de "garota perfeitinha" se desfizesse. Mentia para a amiga, mas esta não ligava. Mentia para os pais, mas eles não descobririam. Mentia para si mesma, afinal, quem se importava?
-♦-
-► Faça uma narração em terceira pessoa, com narrador onisciente, envolvendo o seguinte tema: "Minto, logo, existo" (Nelson Motta). O enredo deve ser criativo e prender a atenção do leitor.
Enquanto secava o cabelo, a chapinha aquecia na tomada.
- Preciso dar um jeito nisso. - resmungou, ao reparar nas profundas oheiras de ressaca.
Guardou o secador e a chapinha na gaveta onde também estavam seus caríssimos estojos de maquiagem importada. Passou a base, que a deixou ainda mais pálida. Pelo menos, conseguiria disfarçar as olheiras.
Antes de se vestir, pegou a garrafa vazia, escondida embaixo da cama. Tinha que sumir logo com aquilo.
A noite havia sido longa. Na ausência dele, ela não tinha com quem compartilhar aqueles momentos. Haviam discutido na tarde anterior. Apenas a idéia de ter alguém dependendo dela já lhe entediava.
Jogou o robe sobre a cama e vestiu um vestido decotado, um salto nos pés. Seu corpo era realmente invejável.
Arrumou a bolsa e nela guardou a garrafa bem fechada.
- Tchau mãe, tchau pai! Hoje eu não volto para o almoço.
- Tchau querida, boa aula. Você parece pálida. Tá tudo bem?
- Passei mal durante a noite. Deve ter sido o molho do camarão do jantar. Tô atrasada! Até mais tarde! - saiu, batendo a porta. Sua amiga a esperava na portaria do condomínio para irem juntas.
Antes de sair do hall do elevador, procurou ver se havia alguém por ali. Não. Sozinha, entrou nas escadas de emergência e livrou-se da garrafa. Suspirou aliviada.
- Anda! Que diabos você tava fazendo até agora? E que cara é essa?!
- Fica quieta. Passei mal à noite. Devo ter comido alguma coisa estragada.
- Sei, sei! Essa sua cara de ressaca não engana a ninguém! - riu a amiga.
- Ressaca?! - debochou.
Revirou os olhos. Não queria que sua imagem de "garota perfeitinha" se desfizesse. Mentia para a amiga, mas esta não ligava. Mentia para os pais, mas eles não descobririam. Mentia para si mesma, afinal, quem se importava?
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-► Faça uma narração em terceira pessoa, com narrador onisciente, envolvendo o seguinte tema: "Minto, logo, existo" (Nelson Motta). O enredo deve ser criativo e prender a atenção do leitor.
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