Os raios faziam brilhar. Iluminado, o verde que cobria o horizonte esbarrava no azul manchado de branco alaranjado, um tanto róseo, poente. Luz. Brilhava a alma, brilhavam as idéias. Apesar da frieza adormecida que surgia, tomando conta pouco a pouco de tudo o que os olhos alcançavam, as calorosas e intensas tonalidades da clareza permaneciam inatingíveis. Enquanto houvesse vida em cada verde e em cada sonho ali contido?, imaginado, o estático rotineiro perdia seu posto para a novidade, como uma criança, disposta a brincar as descobertas e constantes alternâncias a que chamamos vida. Naquele surto epifânico, da inspiração nasceu a forma, esculpida delicadamente em doces palavras. Continha em si, a forma, um ar singular, uma inexplicável harmonia melódica entre todo aquele combinado de significâncias e significados. Uma combinação ora transcendente à compreensão, ora tão clara, expondo o conteúdo que embriaga aquilo que se diz ser humano.
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