Desprezo-te.
Tu, que me dominas o olhar vago,
Cala-te! Não te suporto o brilho dos dentes.
Zombas como se a ti fossem as gotas salinas
O alimento vital, desejo e afago.
Ora, não te satisfazes com a inlucidez do que mentes?
Confessas-me o divórcio de cenários e doutrinas
Absurdos; absurdos silentes!
Tu inebrias.
Como quem repele a própria sensatez, nego-te;
Antídoto contra sonho pressago.
Não te quero rever a cada entardecer, pois dominas.
Com tuas distorções demasiado coniventes,
Desprezo-te no âmago de tuas melancolias
Quando de mim tomas a calma. Pois, que te indago
Se seriam merecidas tamanhas abulias.
Respostas ausentes.
Anseios doentes.
Verdades urgentes.
Desprezo-te
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